SÍNDROME DO MÚSCULO PIRIFORME

17/10/2011 15:54

          Quando a articulação do quadril causa algum grau de desconforto, diminui a sua mobilidade e estabilidade, podendo ocasionar algia; qualquer estresse anormal desta articulação poderá ser transmitido inferiormente em direção ao joelho, tornozelo e pé; de fato, uma alteração em alguma estrutura que compreende o quadril pode ser responsável pelo surgimento de algias, assimetrias e desconfortos. Conhecendo a região e as principais estruturas constituintes, percebe-se que o local tem uma tendência á desenvolver alterações e isto favorece o surgimento de uma possível síndrome do músculo piriforme.

SÍNDROME DO MÚSCULO PIRIFORME

    De acordo com Garbelotti (2003), o músculo piriforme se localiza atrás as articulação coxo-femoral, ele é mais profundo do que o músculo glúteo máximo e tem o formato de um triângulo pequeno e achatado.

    O músculo piriforme se origina na articulação sacro-ilíaca e suas fibras seguem um trajeto inferior  passando pelo forame isquiático maior e  insere-se no trocanter maior do fêmur;  por seu posicionamento, a sua contração promove uma abdução e uma rotação externa do quadril; também pode realizar uma nutação do sacro, que é uma flexão do mesmo.

    Inicialmente, o plexo lombossacral é proveniente dos forames intervertebrais das vértebras L4 (quarta vértebra da coluna lombar) á S3 (terceira vértebra do sacro) e se distribui dentro da cavidade pélvica, mais precisamente no forame isquiático maior, todas aquelas raízes se fundem em um único nervo, que é o nervo ciático, qual segue á partir do músculo piriforme até o terço distal da coxa, onde se divide em nervo tibial comum e nervo fibular comum.

    O nervo ciático é o maior  do corpo humano, inerva a maior parte das estruturas dos membros inferiores, incluindo os músculos posteriores da coxa, os músculos da perna e do pé. A síndrome do piriforme é a compressão do nervo ciático quando este passa pelo músculo piriforme, sendo a  principal causa de lombociatalgia, ocorrendo assim, uma irritação do nervo ciático abaixo do músculo piriforme ou entre as fibras, quando é separado em duas partes; na maioria dos casos, o nervo ciático passa abaixo do músculo.

    A etiologia se dá pelo encurtamento ou hipertrofia do músculo piriforme, ou por uma variação anatômica.

    Pessoas que realizam treinamento para desenvolver hipertrofia dos músculos da região glútea, estão mais susceptíveis a desenvolver a síndrome do pirifirme e até mesmo o fato de sofrer uma queda que deixe hematomas nesta região.

    A compressão do nervo ciático é causada por alargamento, inflamação ou variações anatômicas do músculo piriforme, é considerada uma neuropatia por compressão, e pode ser causada por espasmos de feixes musculares, ou qualquer disfunção na articulação sacro ilíaca.

    A queixa é de dor profunda e localizada na superfície posterior do quadril, também pode haver dormência e formigamento em direção à perna, e uma lombalgia indicando o comprometimento do nervo ciático.

    Robinson (1947), relata que a algia se concentra na região lombar, glútea e trocantérica, distribuindo-se então pela parte posterior da coxa, região lateral da perna e por todo o pé, o paciente também apresenta limitação dos movimentos do membro inferior (MI), principalmente durante a marcha. .

    Garbelotti (2003) acrescenta que a síndrome do piriforme provoca redução da força muscular dos abdutores e dos rotadores externos do quadril, mas que esta fraqueza muscular é gerada em decorrência do quadro álgico.

    A avaliação clínica deve ser iniciada primeiramente colhendo uma detalhada anamnese; posteriormente, se possível, realizando e analisando uma eletromiografia; e então desenvolvendo um exame físico, que pode ser realizado associando rotação interna, flexão e adução do quadril, pois assim, o músculo piriforme estará tencionado em alongamento, comprimindo então, o nervo ciático.  È necessário palpar a região glútea, á procura de pontos dolorosos; palpar o trigger point do nó ciático e palpar a pelve á procura de alterações perceptíveis. O trigger point do músculo piriforme localiza-se entre o trocânter maior do fêmur e a face lateral do sacro.

    O tratamento mais eficiente se dá com a fisioterapia clássica, baseando-se em alongamentos musculares e orientações para reeducação postural e comportamental; o alongamento do músculo piriforme é muito importante e deve ser realizado todos os dias, respeitando o limite imposto pela dor do paciente, pois irá reduzir a compressão ao nervo ciático com conseqüente redução do quadro álgico, porém, tal exercício não deve ser realizado em fase aguda; associado aos aparelhos que irão tratar o processo inflamatório e álgico, a recuperação terá grandes avanços.

    Lembrando que a síndrome do piriforme é fácil de ser confundida; devem-se averiguar os sinais sentidos e descritos pelo paciente e avalia-lo suspeitando de todas as disfunções, alterações e patologias possíveis.

    O tratamento sempre deve estar direcionado á causa do problema, para então poder obter a resolução do quadro clínico.

                                                                  Dra.  Simone Glustak

                                                                  Crefito 143691 - F

 

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