O papel da fisioterapia no acidente vascular cerebral.

05/04/2010 14:08

05.04.2010 - O papel da fisioterapia no acidente vascular cerebral.

    Quem não conhece uma pessoa que já tenha tido um acidente vascular cerebral (AVC) ou um derrame? Infelizmente, cada dia mais e mais, essas três letras estão presentes na vida das pessoas. Para quem não sabe, o início do AVC, na maioria das vezes, é provocado de forma abrupta ou em forma de crise de sintomas neurológicos causados por isquemia (ausência de fluxo sanguíneo) ou hemorragia (extravasamento de sangue) no cérebro. Entre outras causas dessa catástrofe, estão: as doenças dos vasos sanguíneos, a pressão alta, o diabetes, o rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, a trombose aguda, os tumores e a embolia. Porém, seja qual for a causa, as conseqüências ou seqüelas se instalam sempre com muita rapidez, provocando problemas à capacidade física e ao estado emocional do paciente.

    Quando acontece o AVC, o corpo do paciente sofre alterações importantes, tais como: dificuldade na movimentação normal, diminuição da força muscular e da coordenação motora, perda do equilíbrio, dificuldade para andar, dificuldade na fala e na deglutição e falta de sensibilidade, entre outras.

    As primeiras medidas de tratamento do paciente com AVC estão a cargo do médico, que precisa intervir imediatamente, e em caráter de urgência, logo após o AVC.

    Porém, há muito mais para se fazer depois dessa primeira intervenção médica. O tratamento do AVC em seus estágios iniciais evoluiu de maneira extraordinária na última década, mostrando que as lesões cerebrais secundárias a esse evento podem não ser tão permanentes como se acreditava anteriormente. Um curto período inicial de internação se faz necessário em muitos os casos, mas o paciente deve retornar ao lar o mais rapidamente possível. Quase sempre, a essa altura, ele terá necessidade de reabilitação bem conduzida, para evitar a instalação de graves seqüelas.

    A fisioterapia pode contribuir, e muito, para minimizar ou até mesmo eliminar por completo a maioria dessas seqüelas. Antes de qualquer coisa, deve-se detectar a causa do AVC e, em seguida, começar a trabalhar na resolução desse novo desafio. Tão logo o paciente esteja estável e ciente de sua situação e da extensão de suas seqüelas, deve-se iniciar o atendimento de fisioterapia. O programa fisioterapêutico precoce, intensivo, eficaz, é sempre necessário, importante e, principalmente, capaz de prevenir as possíveis complicações, aumentando assim, a expectativa e a qualidade de vida do paciente.

    A reabilitação após o AVC significa ajudar o paciente a usar plenamente toda a sua capacidade, a reassumir sua vida anterior, adaptando-se à sua atual situação. O fisioterapeuta começará por atividades simples de movimentação de ambos os lados do corpo. Essa atividade inicial é muito importante, pois só assim o paciente terá maior segurança ao tentar movimentar-se. Serão realizados exercícios para fortalecer os músculos e também para alongá-los, treino de equilíbrio e vários estímulos para recuperar a sensibilidade, estimulando o paciente a ter o máximo de independência para realizar as suas atividades diárias.

    É importante lembrar que a equipe de assistência ao paciente com AVC deve contar com médicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. Só desta maneira, teremos melhor efetividade e eficácia no tratamento pós-AVC.

 

Ft. Cláudia Hiromi Ekuni

Crefito: 57617-F

05.04.2010

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