ENTORSE DO TORNOZELO
08/06/2011 15:13
ENTORSE DO TORNOZELO
Proximalmente à articulação do tornozelo, nas porções distais da fíbula e da tíbia, encontramos uma articulação importante chamada articulação Tibio-fibular distal. Essa articulação é formada pelos seguintes ligamentos:
· Ligamento Tibio-fibular Anterior
· Ligamento Tibio-fibular Posterior
· Ligamento Transverso Inferior
· Ligamento Interósseo
A articulação do tornozelo propriamente dita é um gínglimo (dobradiça) formada pela extremidade distal da tíbia e fíbula, ligamento transverso inferior e o tálus. Os ossos são ligados pela cápsula articular e pelos seguintes ligamentos:
· Ligamento Deltóide
· Ligamento Talofibular Anterior
· Ligamento Talofibular Posterior
· Ligamento Calcaneofibular
Distalmente às articulações citadas acima, encontramos ainda as articulações intertársicas, tarsometatársicas, intermetatársicas, metatarsofalangeanas e interfalangeanas.
O entorse de tornozelo é uma lesão que causa um estiramento ou ruptura de um ou mais ligamentos da articulação do tornozelo. Ligamentos são fortes faixas de tecido que conectam os ossos das articulações e uma de suas funções é restringir o movimento da articulação. O entorse de tornozelo é uma das lesões musculoesqueléticas mais freqüentemente encontradas na população ativa, que geralmente envolve lesão dos ligamentos laterais. O mecanismo de lesão habitual é a inversão do pé com flexão plantar do tornozelo, numa intensidade além do normal, que acontece geralmente ao pisar em terreno irregular ou degrau, e mais frequentemente em atletas de vôlei, futebol ou basquete. Este movimento anômalo proporciona uma lesão que se inicia no ligamento talo-fibular anterior e pode progredir para uma lesão do ligamento calcâneo-fibular, com o aumento da energia do trauma. A lesão do ligamento talofibular posterior é rara, ocorrendo apenas na luxação franca do tornozelo.
CLASSIFICAÇÃO DO ENTORSE DE TORNOZELO
A classificação do entorse de tornozelo é baseada no exame clínico da área afetada e divide a lesão em três tipos:
· grau 1- estiramento ligamentar
· grau 2- lesão ligamentar parcial
· grau 3- lesão ligamentar total.
O quadro clínico encontrado é de dor, com edema localizado na face ântero-lateral do tornozelo, equimose mais evidente após 48 horas e dificuldade para deambular. Quanto mais grave a lesão, mais evidentes ficam os sinais.
Nos entorses de tornozelo o diagnóstico é feito através de exames radiológicos, testes de instabilidades, artrografias e ultra-sonografias.
OBJETIVOS DA FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DO ENTORSE DE TORNOZELO:
- Diminuir dor e edema
- Restaurar a amplitude de movimento
- Fortalecer os músculos do tornozelo
- Melhorar o equilíbrio e coordenação
Durante a fase aguda o protocolo crioterapia, compressão e elevação é o mais indicado para reduzir edema, dor e evitar o agravamento da lesão. O gelo diminui a temperatura local, promove a vasoconstrição dos capilares e a diminuição do metabolismo dos tecidos lesados diminui o edema e a velocidade de condução dos impulsos nervosos, que conseqüentemente diminui a dor. A compressão aumenta a pressão fora dos vasos que auxilia a reabsorção do fluido extravascular pela circulação venosa. A elevação auxilia na diminuição da pressão hidrostática nos capilares lesados justificada pela ação da gravidade nos fluidos promovendo o retorno venoso.
Métodos proprioceptivos ativam a sensibilidade dos receptores nos músculos, tendões, ligamentos, articulações e cápsulas, estimula a consciência sinestésica dos movimentos específicos, permite a percepção da posição e mudança do segmento no espaço. Realiza-se durante as fases de tratamento, as atividades de ganho muscular e retorno aos movimentos. Os exercícios de propriocepção são incluídos na fase III de reabilitação evoluindo o tratamento até o retorno aos treinos e atividades físicas normais do paciente.
Em atividades como correr e saltar, o atleta conta com a contração muscular para minimizar a força entre o chão e o complexo do pé e tornozelo. Indivíduos com deficiência na contração muscular podem ser susceptíveis a lesão, por não ter habilidade muscular suave para dissipar forças de maneira coordenada.
Dra. Paula S. Rochedo Anzoategui
CREFITO:70007
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