Difícil de Segurar

02/03/2010 00:06

02.03.2010  DIFÍCIL DE SEGURAR

     Se você acha que a incontinência urinaria é exclusividade de mulheres maduras e nem dá bola para o assunto, mude já sua linha de pensamento. Entre as mais novas, ela é mais comum do que se imagina. Ocorre que, no inicio, os sinais são sutis e consistem em pequenos, digamos, deslizes na hora de tossir ou fazer um pouco de força. Mas é justamente nessa fase que os tratamentos são simples e eficazes e podem evitar que o problema evolua, comprometendo a qualidade de vida

    Nas gestantes, 30% das gestantes sofrem de episódios de escape de urina, que, muitas vezes, persistem após darem à luz. O peso e o tamanho do bebe sobrecarregam a chamada musculatura do assoalho pélvico, responsável por controlar a saída da urina. Sem contar que o parto provoca traumas ali, principalmente quando é normal. A cesárea também representa riscos embora menores, porque as contrações e o encaixe do bebe que precedem a cirurgia por si sós causam impacto na região.

    Quem não tem filhos também precisa ficar alerta. Sim, as gestações são o principal fator desencadeante, mas há outros capazes de deflagrar a chateação. “Traumas na coluna,    como pancadas em acidentes, às vezes atingem os nervos da bexiga, reduzindo sua sensibilidade”. “O mesmo vale para as doenças neurológicas, que podem atrapalhar os comandos cerebrais responsáveis por ordenar a micção”.

    As pessoas que abusam dos exercícios físicos precisam ficar ainda mais de olho na musculatura pélvica. Excesso de abdominais pode deixá-la flácida. “Já esportes como o judô, o atletismo, e o vôlei, considerados de alto impacto, às vezes deslocam a bexiga para baixo, forçando o assoalho”.

    Conheça a seguir a melhor forma de prevenir ou reverter à disfunção. A melhor maneira de evitar que isso ocorra é se antecipar, combatendo os fatores que colaboram com a incontinência. A obesidade é um deles. Além da sobrecarga promovida pelo excesso de peso, a própria gordura se infiltra nos músculos locais, tornando-os mais fracos.

    Para os diabéticos, o risco da disfunção é mais um motivo para combater a doença. Taxas de glicose descontroladas danificam os nervos da bexiga, contribuindo para o problema. Quem fuma, por sua vez, deve apagar o vício. O cigarro geralmente vem acompanhado de tosse. E, ao tossir, você exerce pressão no assoalho pélvico. Sem contar que o tabaco compromete a oxigenação dos tecidos, e consequentemente sua função.

    A constipação (intestino preso) pode ser outra agravante e deve ser tratada, já que o esforço para fazer o intestino funcionar costuma forçar de um jeito indevido a musculatura vizinha. Se, apesar de tantos cuidados, a goteira continuar pingando – mesmo que discretamente – não ignore o fato. Procure um médico especialista. Uma fez detectada a incontinência, é hora de partir para o tratamento.

    Em estágio inicial, a fisioterapia é a melhor pedida. “No tratamento fisioterapeutico podemos recorrer a eletroestimulação para fortalecer os músculos de forma passiva, o biofeedback outra técnica para fortalecer os músculos de forma ativa. E, finalmente os exercícios específicos de contração e relaxamento, uma espécie de musculação para o assoalho pélvico”.

    Quer um estímulo? Esses exercícios também ajudam a melhorar o desempenho sexual, já que estamos falando de músculos que circundam a vagina e colaboram para um atrito prazeroso.

    Diante de medidas tão simples, o grande erro é esperar que o problema evolua a ponto de causar desconforto e constrangimento. Isso fatalmente levará a um tratamento mais invasivo. Em português claro: a uma cirurgia. Não perca tempo!

                                                                           Dra. Caroline Gasparini.

                                                                                    (Fisioterapeuta)

 02/03/2010

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